O coraçãozinho tricolor
O Bahia, que perdeu de 2 X 1 para o Vitória lá dentro do Pituaçu, continua maltratando o coração de meu filho Chico, de 11 anos.
O bichinho acordou tão contente no domingo (26 abril), vestiu camisa, calção e sandália do time, passou a manhã gritando Bahêêêaaaaa e provocando os amigos e parentes “vicetória”, sobretudo o padrinho, Roberto Brito, a quem ligou para dizer que o tricolor iria ganhar de 3 X 0.
Dormiu tristonho, acho que nem olhou para o cartaz eternamente pregado na porta do seu quarto: “Aqui dorme um tricolor!”
Agora, o Bahia vai ter que ganhar do Vitória no Barradão por uma diferença superior a um gol.
Especialista em ecocardiografia, o atenciosíssimo doutor Marco André Moraes Sales me conta a história assombrosa de um paciente que foi ao Barradão 15 dias depois de submerter-se à cirurgia de ponte de safena e mamária. Levou uma cotovelada tão violenta que teve de voltar à mesa de operações.
Mesmo assustado, se eu tivesse a fé que sustenta Chico, não daria bola para este episódio, doutor Marco. Superaria minha quase indiferença pelo futebol (sou Bahia, quando me perguntam), esqueceria a cirurgia de que estou me recuperando e o levava, à toca do inimigo, para gritar Bahêêêaaaa.
O coração tem razões próprias.
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